cordialmente,
Vivianne
Inovação disseminada
3/6/2009
Por Thiago Romero
Agência FAPESP – Fomentar a criação e consolidar uma comunidade de pesquisadores, empresários e representantes de entidades governamentais para a disseminação e melhoria dos conceitos e práticas relacionados à inovação aberta no país.
Essa é a proposta do Open Innovation Center – Brasil, lançado na semana passada em São Paulo com o objetivo de seguir a lógica do “learning by doing” (ou “aprender na prática”).
A inovação aberta sugere que as empresas incorporem ideias e recursos externos para inovar, por meio de fatores como a distribuição do conhecimento em diferentes instituições, a necessidade de investimentos muitas vezes elevados para realizar pesquisa e os ciclos de vida dos produtos cada vez reduzidos.
“O centro que acaba de ser criado não deve ser visto como uma espécie de clube ou associação de classe, mas sim como uma comunidade de praticantes da inovação aberta no Brasil que estejam dispostos a ajudar uns aos outros”, disse Bruno Rondani, diretor executivo do Open Innovation Center – Brasil, à Agência FAPESP.
“A proposta é que aqueles que estudam e trabalham isoladamente com temas específicos, como propriedade intelectual e inteligência tecnológica, tornem-se mais coesos na troca de informações internas para, em seguida, disseminar tópicos fundamentais de um mesmo programa de inovação aberta. O que interessa nessa comunidade, portanto, são as pessoas físicas, ou seja, os profissionais que trabalham com gestão da inovação e de pesquisa e desenvolvimento”, disse.
O centro não terá uma sede física, e sim o que seus idealizadores chamam de “sede rotativa”. As reuniões temáticas ocorrerão em empresas, universidades e órgãos públicos que apoiam as práticas da inovação aberta, além de contar com um ambiente virtual para colaboração e troca de conhecimentos (www.openinnovation.org.br).
O chairman do centro brasileiro é o criador do conceito de inovação aberta, Henry Chesbrough, professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, que propõe uma nova abordagem para a organização da pesquisa, desenvolvimento e inovação nas empresas que não se limita a usar apenas recursos internos como fontes de inovação, mas que também aproveita redes de cooperação entre parceiros para partilhar recursos e conhecimento.
Por conta disso, o conceito de inovação aberta entende o processo de inovação como uma atividade difusa, que pode envolver e integrar, por meio de redes sociais, uma ou mais empresas, universidades e institutos de pesquisa. Dessa maneira a inovação envolve, além da empresa principal, universidades, institutos de pesquisa, clientes, fornecedores e até mesmo concorrentes.
“A inovação aberta reúne uma série de atividades e processos que são quase que mandatórios entre as empresas. Poucas delas hoje podem se julgar na posição de não precisar de parcerias e ideias externas como forma de buscar mais eficiência nos negócios e manter suas atividades de inovação”, explicou Rondani.
Empresas de vários países já adotaram o modelo de inovação aberta. Antes do conceito proposto por Chesbrough, a inovação era vista como um sistema quase linear e interno que, do ponto de vista do setor produtivo, começava em uma ideia gerada dentro do departamento de pesquisa e desenvolvimento e seguia até o desenvolvimento do produto e sua introdução no mercado.
Entre os objetivos do Open Innovation Center – Brasil estão a promoção do aprendizado mútuo e a divulgação de boas práticas entre praticantes de inovação aberta, o incentivo à pesquisa acadêmica que proporcione uma interface entre pesquisadores e praticantes, o estímulo a colaborações com outros centros de inovação aberta no mundo e o aumento da visibilidade internacional das pesquisas e casos brasileiros na área.
O centro pretende ainda colaborar com iniciativas semelhantes na Europa e nos Estados Unidos. “Hoje são cerca de dez centros de inovação aberta no mundo, a maioria instalada em universidades”, disse Rondani, que também é diretor do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Omnisys, empresa de base tecnológica de São Caetano do Sul que teve projetos de pesquisa apoiados pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
O ponto de partida para a criação do centro foi o Open Innovation Seminar 2008, primeiro evento latino-americano dedicado a divulgar conceitos e práticas de inovação aberta e a conectar profissionais que participam do processo de inovação, realizado em 2008, em São Paulo, com cerca de 350 empresários e especialistas no assunto. Neste ano, o evento vai ocorrer nos dias 22 e 23 de outubro de 2009, também na capital paulista.
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