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sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Economia Espiritual resolve os Problemas Atuais do Capitalismo?

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claudioprospero
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Em direção à Economia Espiritual - Parte 1 

Por Amit Goswami (tradução da FORMA Informática)

Primeiro artigo de uma trilogia que examina a aparente emergência de uma nove visão de mundo, que difere da visão científica dominante, envolvendo um novo patamar de consciência. Será que o capitalismo pode acomodar este novo nível de consciência ou estamos diante de uma Nova Ordem Mundial?


A Economia Espiritual resolve os Problemas Atuais do Capitalismo? - Parte 2 

Por Amit Goswami (tradução da FORMA Informática)

Neste artigo Amit Goswami examina alguns dos efeitos perniciosos do capitalismo moderno, incluindo a degradação ambiental, danos psíquicos, maior concentração de renda etc. Ele explora como o planeta pode se mover do sistema materialista atual para uma “economia sutil” mais sustentável e positiva, e sugere algumas métricas através das quais este movimento poderia ser medido.


ONE - The Art and Practice of Conscious Leadership - Part 1 

Por Lance Secretan

Por que será que vem surgindo um interesse crescente no tema “Liderança Consciente”? Uma das principais razões advém das transformações que vêm ocorrendo em relação às nossas expectativas sobre os líderes e o processo de liderança.


Como os Negócios estão Mudando? - Parte 3 

Por Amit Goswami (tradução da FORMA Informática)

Na conclusão da trilogia sobre a Economia Espiritual, Amit Goswami examina as perspectivas para a evolução espiritual e do nível de consciência dentro do paradigma econômico capitalista dominante. Na transição da Economia Capitalista para a Economia Espiritual deve-se buscar uma maior produtividade de bens “não materiais”, envolvendo maior processamento de significado.


Você é um inovador? 

Por Clayton Christensen

A Inovação voltou a ser uma questão muito debatida na alta administração, pois cada vez mais se reconhece que a eficácia operacional, por si só, é incapaz de proporcionar os resultados que os acionistas hoje exigem. Mas estudos mostram que é mais fácil falar sobre Inovação do que praticá-la! O autor sugere três perguntas que qualquer executivo que queira avaliar a capacidade inovadora da sua empresa deveria fazer.


CNV - Você é um Lobo ou uma Girafa? 

Por Matthenw Brown

A Comunicação Não Violenta foi desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg e propõe o uso de uma linguagem baseada em 4 princípios: expor os fatos de uma situação sem julgamento, reconhecer os sentimentos implícitos, identificar as necessidades humanas que estão ou não sendo atendidas e apontar as ações a serem executadas para atende-las. A intenção é criar uma linguagem com mais sentido de igualdade, sem relação de poder, gerando uma empatia verdadeira.


Nonviolent Communication: Language of Compassion 

Por Marshall B. Rosenberg

Este artigo corresponde ao primeiro capítulo do livro “Comunicação Não Violenta”, de Marshall Rosenberg, o qual apresenta a CNV como um processo de comunicação baseado em habilidades de linguagem que fortalecem a capacidade das pessoas continuarem a ser humanas, mesmo em condições adversas, ajudando a reformular a maneira pela qual elas se expressam e ouvem os outros.


IA: Uma abordagem positiva para a construção da capacidade cooperativa 

Por Ronald Fry

Desenvolver a competência afirmativa de uma organização, ou seja, valorizar seus aspectos positivos, em vez de apostar todas as fichas na investigação dos problemas, é a receita da Investigação Apreciativa, uma abordagem para a análise organizacional que propõe a descoberta, a compreensão e a promoção de inovações nos acordos e processos sociais. Refere-se tanto à pesquisa como a uma teoria de ações coletivas intencionais, que se destinam a promover a evolução da capacidade cooperativa de um par, grupo, organização ou sociedade como um todo.


Os artigos acima estão disponíveis em:


26/6/2008 12:06 PM


claudioprospero
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 A Física Moderna e o Paradigma Míst... (em resposta à claudioprospero


A Física Moderna e o Paradigma Místico-Científico - Uma Nova Visão de Mundo
Carlos Antônio Fragoso Guimarães


Com os trabalhos de Michael Faraday e James Clerk Maxwell, no século XIX, sobre o eletromagnetismo, a até então sólida concepção científica mecanicista sofre um primeiro grande abalo: era possível que existisse uma forma de realidade independente da matéria redutível a componentes básicos - o campo eletromagnético.

O conceito de campo é um conceito sutil. O campo não pode ser decomposto em unidades fundamentais. Mas foi só com a descoberta dos quanta de energia, por Max Planck, em 1900, que a visão de mundo, em Física, começou a se transformar radicalmente. E Albert Einstein, em 1905, ao publicar sua Teoria Especial da Relatividade - mais tarde ampliada na Teoria Geral da Relatividade -, promoveu uma ruptura conceitual revolucionária entre a nova realidade de um novo universo curvo e inserido num contínuo espaço-temporal e os conceitos mais básicos da física newtoniana, como, por exemplo, o do espaço euclidiano rígido, independente de um tempo universalmente linear, e de uma matéria inerte constituída de minúsculas bolinhas indestrutíveis, os átomos.

Hoje sabemos que a medida do tempo varia conforme a velocidade com que se deslocam diferentes observadores, em diferentes referenciais, que o espaço é curvado pela presença de matéria, que matéria e energia são equivalentes, etc. Nasceu assim, junto com o século XX, a chamada Física Moderna.

O trabalho de Einstein possibilitou uma nova mentalidade para o estudo dos fenômenos atômicos. Assim, os anos 20 estabeleceriam uma nova compreensão da estrutura da matéria. Com o desenvolvimento da Mecânica Quântica, através dos trabalhos de Niels Bohr, Werner Heisenberg, Wolfgang Pauli, Erwin Schrödinger e outros, descobrimos uma estranha propriedade quântica: os elementos atômicos, a luz e outras formas eletromagnéticas têm um comportamento dual - ora se comportam como se fossem constituídos por partículas, ou seja, por elementos de massa confinada a um volume bem definido numa região específica do espaço, ora agem como se fossem ondas que se expandem em todas as direções.

E, ainda mais estranho, a natureza do comportamento observado era estabelecida pela expectativa expressa no experimento a que estavam sujeitos: onde se esperava encontrar partículas, lá estavam elas, da mesma forma como ocorria onde se esperava encontrar a onda. Era como se o esperado se refletisse na experiência. Como se poderia conciliar o fato de que uma coisa podia ser duas ao mesmo tempo, e como manter a objetividade se o tipo de experimento, e conseqüentemente a expectativa do esperado, pareciam determinar um ou outro comportamento experimental?

A solução foi dada por Niels Bohr ao elaborar o princípio da complementaridade. Ele estabelece que, embora mutuamente excludentes num dado instante, os dois comportamentos são igualmente necessários para a compreensão e a descrição dos fenômenos atômicos. O paradoxo é necessário. Ele aceita a discrepância lógica entre os dois aspectos extremos, mas igualmente complementares para uma descrição exaustiva de um fenômeno. No domínio do quantum não se pode ter uma objetividade completa... Ruiu, assim, mais um pilar newtoniano-cartesiano, o mais básico, talvez: não se pode mais crer num universo determinístico, mecânico, no sentido clássico do termo. A nível subatômico não podemos afirmar que exista matéria em lugares definidos do espaço, mas que existem "tendências a existir", e os eventos têm "tendências a ocorrer". É este o Princípio da Incerteza de Heisenberg.

Tais tendências possuem propriedades estatísticas cuja fórmula matemática é similar à formula de ondas. É assim que as partículas são, ao mesmo tempo, ondas. A Física deixa de ser determinística para se tornar probabilística, e o mundo de sólidos objetos materiais, que se pensava bem definido, se esfumaça num complexo modelo de ondas de probabilidade. Cai o determinismo em Física. As "partículas" não têm mais significado como objetos isolados no espaço; elas só fazem sentido se forem consideradas como interconexões dinâmicas de uma rede sutil de energia entre um experimento e outro (Capra, 1982, 1986; Grof, 1988; Heisenberg, 1981).

Ficou demonstrada que a certeza num universo determinístico era fruto do desejo humano de controle e previsibilidade sobre a natureza, e não uma característica intrínseca da mesma. A concepção newtoniana era apenas uma formulação lógica sobre a natureza, refletindo uma idéia pessoal de mundo.

"O mecanicismo, com todas as suas implicações, retirou-se do esquema da ciência. O Universo mecânico, no qual os objetos se empurram, como jogadores numa partida de futebol, revelou-se tão ilusório quanto o antigo universo animista, no qual deuses e deusas empurravam os objetos à sua volta para satisfazer seus caprichos e extravagâncias". Sir James Jeans

A mais revolucionária descoberta, porém, foi a demonstração experimental do pilar central da Teoria da Relatividade: as partículas materiais podem ser criadas a partir da pura energia e voltar a ser pura energia. A equivalência entre matéria e energia é expressa pela famosa equação E=mc2. As teorias de campo transcenderam definitivamente a distinção clássica entre as partículas e o vácuo.

Segundo Einstein, as partículas representam condensações de um campo contínuo presente em todo o espaço. Por isso o universo pode ser encarado como um teia infinita de eventos correlacionados, e todas as teorias dos fenômenos naturais passam a ser encaradas como meras criações da mente humana, esquemas conceituais que representam aproximações da realidade, pois, segundo a interpretação de Copenhagem, formulada por Bohr e Heisenberg, não há realidade até o momento em que ela é percebida pelo observador. Dependendo do ajuste experimental, vários aspectos complementares da realidade se tornaram visíveis. É o fato de se observar que gera os paradoxos! Por isso a realidade é fruto do trabalho mental e ela tenderá a ter os contornos de quem a observa e que escolhe o quê e o como observar.

Fritjof Capra assim se expressa em relação a esse fenômeno: "A característica principal da teoria quântica é que o observador é imprescindível não só para que as propriedades de um fenômeno atômico sejam observadas, mas também para ocasionar essas propriedades. Minha decisão consciente acerca de como observar, digamos, um elétron, determinará, em certa medida, as propriedades do elétron. Se formulo uma pergunta sobre a partícula, ele me dá uma resposta sobre partícula; se faço uma pergunta sobre a onda, ele me dá resposta sobre onda. O elétron não possui propriedades objetivas independentes da minha mente. Na física atômica não pode ser mais mantida a nítida divisão entre mente e matéria, entre o observador e o observado. Nunca podemos falar da natureza sem, ao mesmo tempo, falarmos de nós mesmos" (Capra, 1986, destaques meus). Eugene Wingner, prêmio Nobel de Física, também concorda que "a consciência, inevitável e inevitavelmente, entra na teoria" (Di Biase, 1994).

"É a mente que vemos refletida na matéria. A ciência da Física é uma metáfora com a qual o cientista, como o poeta, cria e amplia significado e valor na busca por entendimento e propósito... O que torna a ciência útil para nós e que nos faz apreciá-la - previsibilidade, objetividade, consistência, generalidade - não existe de fato em alguma realidade externa, independente da consciência. É parte de nossa experiência e interpretação do mundo. Vejo a obra monumental de Newton como uma monumental criação mental, um sistema de mundo concebido humanamente, incorporando consistência e ordem causal, que satisfaz a mente humana e a ajuda a aplacar o medo de um universo caótico. Seu trabalho é tanto uma obra de arte como uma obra de ciência. Protestar que a concepção de Newton é validada por inúmeras observações do universo físico não é argumento, pois minha idéia é que a concepção ou teoria e as quantidades são criadas paralelamente para a corroboração mútua (não necessariamente sem conflito e não necessariamente consciente). Além disso, as próprias quantidades se baseiam em uma definição e procedimentos de medida, que são fundamentalmente subjetivos". Roger Jones

Todos os principais teóricos da Psicologia Transpessoal estão interessados profundamente nas implicações das descobertas e contribuições teóricas da Física moderna, pois elas alargam amplamente nossa concepção de mundo, nela se discutindo fortemente o papel da percepção e da consciência, incluindo-se até mesmo um ambiente mais favorável para a aceitação dos chamados fenômenos psíquicos parapsicológicos (Charon, 1981; Andrade, 1987 LeShan,1993).

E, reciprocamente, físicos de ponta estão interessados nas profundas implicações do movimento Transpessoal e nas similaridades entre a visão de mundo que emerge da Física moderna e o pensamento oriental. David Bohm e outros físicos chegam a declarar que a consciência deverá ser incluída numa teoria abrangente que una a realidade Quântica com a Teoria da Relatividade, numa explicação unificada do universo. O físico brasileiro Mário Schenberg declarou que "a Física e a Psicologia são aspectos diferentes de uma mesma realidade, vista sob ângulos diferentes".

"No conceito moderno da física (...) não existe a possibilidade de uma existência desligada, autônoma". Alfred North Whitehead
27/6/2008 12:14 PM


claudioprospero
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 Deus joga dados  (em resposta à claudioprospero


"O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo que o cerca - uma espécie de ilusão de ótica de sua consciência, moldado pela cultura. E essa ilusão é um tipo de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Poderá ser que ninguém consiga atingir plenamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior". 

Albert Einstein



Deus joga dados

Ao completar cem anos, a teoria quântica se sustenta, contrariando Einstein.
Alessandro Greco, Gazeta Mercantil

Nos séculos XVIII e XIX a física clássica, estabelecida pelo inglês Isaac Newton (1642-1727), parecia prover uma descrição acurada do movimento dos corpos, como, por exemplo, o movimento dos planetas. Os cientistas acreditavam ter entendido os princípios fundamentais da natureza. Os átomos eram seus blocos construtores e as pessoas acreditavam nas leis do movimento postuladas por Newton.

Tudo parecia levar a física para um novo século sem grandes emoções, com poucos problemas novos a serem resolvidos. Estudar a física nessa época era considerado uma perda de tempo, mas no final do século XIX, início do século XX, algumas experiências começaram a levantar dúvidas sobre a capacidade da ciência clássica de entender todos os problemas do mundo físico, em especial os do mundo microscópico.

Um dos problemas que atormentavam os físicos era a existência de duas teorias para a luz. A teoria corpuscular explicava a luz como um feixe de partículas e a teoria ondulatória entendia a luz como ondas eletromagnéticas. A dúvida começou a ser resolvida em 14 de dezembro de 1900, há cem anos portanto, quando o físico alemão Max Planck (1858-1947) publicou um artigo que gerou uma revolução similar à ocorrida na época da publicação das leis do movimento de Newton, no livro "Principia". Em poucas palavras, Planck sugeriu que o calor absorvido ou emitido por qualquer objeto é transmitido em pequenos pacotes discretos de energia, os quanta (plural da palavra latina quantum, que significa quanto). Estava fundada a teoria quântica. Apesar de ser a teoria mais bem-sucedida da história da física, não foi entendida satisfatoriamente por ninguém. Nem por seus fundadores. Um deles o Físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962), disse certa vez que, se alguém dizia entender a teoria quântica, era porque com certeza não tinha compreendido.

Passaram-se cem anos e a situação continua a mesma. Muito se avançou na teoria, mais entendê-la ainda é um exercício intelectual sem solução. As características contra-intuitivas da teoria quântica fizeram vítimas também entre seus fundadores, mais especificamente o físico alemão Albert Einstein (1879-1955), que a rejeitou de forma contundente. Einstein havia sido uma das primeiras pessoas a acreditar na teoria de Planck e propusera, em 1905, a existência de uma nova partícula elementar, o fóton, pela qual a luz se propagaria em pacotes. (Foi esta descoberta que deu a Einstein o Prêmio Nobel de Física de 1921, não seus trabalhos mais conhecidos, a teoria da relatividade especial e a geral.) Quando a teoria quântica mostrou que tinha vindo para ficar, Einstein expressou seu descontentamento numa conhecida conversa com físico americano John Archibald Wheeler. O cenário foi a casa de Einstein na cidade de Princeton, Nova Jersey, Estados Unidos.

Wheeler perguntou a Einstein: "O senhor acredita na teoria quântica?" A resposta: "Deus não joga dados."

Einstein nunca conseguiu aceitar o fato de a teoria quântica ser probabilística e não determinista como a física de Isaac Newton. Na teoria quântica existe, por exemplo, a probabilidade de um elétron estar em uma certa posição e com uma certa velocidade, nuca a certeza disso.

Pior: é impossível determinar a posição e a velocidade de uma partícula ao mesmo tempo. È este o chamado princípio da incerteza postulado em 1927 pelo físico alemão Werner Heisenberg (1901-1976). Tal princípio teve profundas implicações em nossa percepção da vida e ainda hoje, quase 75 anos depois de sua formulação, não foi totalmente digerido, dando lugar a várias interpretações errôneas- geralmente vindas de fora da física. O tamanho da mudança pode ser medido pelos fatos de não podermos, após a mecânica quântica, medir com precisão o estado atual do nosso universo, nem fazer uma previsão precisa dos acontecimentos futuros.

Já no ano anterior ao princípio da incerteza, o físico austríaco Erwin Schrödinger (1887-1961) propôs sua equação de movimento para o mundo das partículas. Nela, o resultado para uma certa situação não era único, como no caso das equações de Isaac Newton, mas uma série de alternativas possíveis, com diferentes graus de probabilidade de acontecer. Estava decretado o fim das certezas.

No final da década de 20, nenhuma deficiência havia sido achada na mecânica quântica e ela havia sido usada com sucesso na resolução dos problemas que atormentavam os físicos da época. Ela gradativamente os levou a entender a estrutura da matéria e proveu a base teórica para o entendimento da estrutura do átomo, que havia sido postulada em 1911 pelo físico inglês Ernest Rutherford (1871-1937), com seu modelo do núcleo atômico com carga positiva (prótons), circulando por uma nuvem de partículas negativamente carregadas (elétrons), como os planetas girando em volta do Sol, teoria que foi aperfeiçoada por Niels Bohr em 1913.

Bohr propôs que os elétrons não orbitavam livremente em torno do núcleo, mas em distâncias determinadas. A idéia vinha da necessidade de achar uma solução para um problema clássico: a previsão das leis da mecânica clássica e da eletricidade de que os elétrons perderiam sua energia para dentro do núcleo do átomo. A solução de Bohr era criticada por parecer arbitrária. Além disso, sua expressão matemática era complicada para átomos com estruturas mais complexas que a do hidrogênio, o mais simples de todos. A resposta veio do físico francês Louis de Broglie (1892-1987). Ele propôs, em 1924, que bastava entender o elétron girando em torno do núcleo como uma onda. Afinal, se a luz podia se comportar como partícula ou onda, por que o elétron não poderia? Mas Einstein não havia dito que a luz se propagava em pequenos pacotes de energia? Sim, mas então a luz é partícula ou onda? Bem...as duas!

A luz é composta de ondas, mas a teoria quântica afirma que, em alguns aspectos, ela se comporta como se fosse composta de partículas e só pode ser emitida ou absorvida em pacotes, ou quanta. Ou seja, segundo a mecânica quântica, para alguns fins é útil pensar nas partículas como ondas, ou vice-versa. Bem vindo ao estranho mundo quântico.

Na tentativa de criá-la, os físicos se depararam na década de 70 com a teoria das cordas. Nela, as partículas que conhecemos são, na verdade, pequenas cordas vistas de longe. Cada uma das partículas seria feitas de formas de vibração diferentes dessas cordas. É como se fosse o elemento básico da natureza e não a partícula e o modelo standart fosse um tipo de aproximação de uma teoria mais profunda, a teoria das cordas, hoje chamada, após algumas modificações, de teoria das supercordas.
Mesmo se for descoberta uma teoria quântica da gravitação, é que uma teoria da relatividade geral em sua forma quântica, resta o grande desafio: uni-la ao modelo standart, criando uma teoria unificada das partículas e de suas interações . Para quê? Para chegar a uma teoria que expresse todas as leis da natureza, ou "para entender a mente de Deus", nas palavras de Albert Einstein. A dificuldade toda está em unir as leis que governam o muito pequeno (modelo standart) àquelas que governam o muito grande (teoria quântica da gravitação).

Um dos usos de uma teoria unificada seria nos momentos iniciais do big-bang, a grande explosão que deu início ao nosso universo. Naquele momento, 10-43s (10 segundos dos elevados a -43), todas as forças estavam unidas em somente uma, mas a gravidade já começava a se separar dela. Alguns instantes depois 10-35s, as forças nuclear forte e eletrofraca se separaram. Mas esse modelo tinha alguns problemas até que o físico americano Alan Guth e seus colegas propuseram o chamado modelo inflacionário do universo, uma expressão rapidíssima logo após o big-bang, que o levou a multiplicar seu tamanho milhões de vezes em alguns milissegundos.

Hoje vemos a "mente de Deus" através do uso da teoria quântica em algumas áreas. É ela, por exemplo, que governa o comportamento de transistores e circuitos integrados, componentes essenciais de aparelhos eletrônicos, e também a base da química e da biologia modernas.

A única certeza que temos no mundo das probabilidades descortinado pela teoria quântica é que "Deus joga os dados", mesmo contra a vontade de Einstein, embora não saiba ainda por quê. Será que um dia descobriremos? Segundo Feynman, considerado o maior físico da segunda metade do século XX, não. Nunca seremos capazes de entender o porquê, somente o "como" dos atos da natureza.

Hoje as descobertas na física quântica já não são feitas mais à velocidade estonteante do início do século e também não há a concentração de mentes brilhantes por metro quadrado daquela época trabalhando em somente uma área. Mas talvez o mais impressionante seja que - supresa!- o modelo standart somente estará certo se a existência de uma partícula chamda bóson de Higgs for comprovada. Ou seja, ainda não temos certeza de que estamos no caminho correto, embora as evidências indiquem que sim. Se a teoria está correta, somente o tempo dirá, mas a busca das leis da natureza pode ser resumida em uma frase de William Shakespeare: "Se você puder olhar as sementes do tempo e dizer qual grão crescerá e qual não, avise-me" (Macbeth).

1/7/2008 2:20 PM

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