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domingo, 9 de janeiro de 2011

[TIC] - Livros didáticos: mais um importante setor economico que terá que se reinventar => Escolas públicas de Nova York adotam iPad como material didático - Maior segmento do mercado editorial (Brasil) é o de livros didáticos

    Potencialmente, mais um setor alterará a relação entre INTERMEDIÁRIOS, as editoras, que se tornam menos importantes e os PRODUTORES, autores / diagramadores / editores (pessoas) / revisores / tradutores / etc.

    Os PRODUTORES poderão se organizar, de forma independente, para fornecer os CONTEÚDOS  distribuídos, por exemplo, via WEB / Redes Sociais / Blogs.

    O que permitirá que se apropriem da maior parte dos LUCROS da atividade, que hoje ficam com os intermediários.

    De modo similar ao que vem ocorrendo com música, vídeos e software livre.

Mais sobre o assunto em:

http://criatividadeinovao.blogspot.com/ (Blog: Criatividade e Inovação)

http://escoladeredes.ning.com/ (Escola de Redes [E = R])



Escolas públicas de Nova York adotam iPad como material didático
Por Cauê Fabiano, Macworld Brasil
Publicada em 05 de janeiro de 2011 às 12h00


Instituições de ensino da cidade americana já encomendaram mais de 2 mil unidades do tablet para serem utilizadas em sala de aula.

Em algumas escolas nos Estados Unidos, que começam a receber seus estudantes após as festas de fim de ano, há um novo componente no material didático: um iPad. E não foi um presente de fim de ano dos pais, mas parte do material fornecido pela escola. 

De acordo com o The New York Times,  a Roslyn High School, uma escola de Long Island, iniciou um programa piloto com o tablet da Apple, fornecendo 47 dispositivos aos alunos e professores, que devem utilizar o aparelho durante as aulas e em casa, substituindo os livros didáticos. O estudante pode, com o tablet, se comunicar com seus professores, usar jogos interativos para aprender matemática e literatura, por exemplo, e fazer a lição de casa.

Enquanto alguns pais questionam o valor educacional do aparelho e ficam receosos a respeito de a escola investir nesses dispositivos sem uma base científica, outros educadores enfatizam os benefícios do tablet, como a tela touchscreen de 9,7 polegadas e a estrutura fina e leve, substituindo os livros pesados que os alunos levam em suas mochilas - em dezembro, mostramos alguns lançamentos de livros infantis para o iPad

Cotado por um dos diretores como “o melhor acessório tecnológico a chegar às escolas desde o retroprojetor”,  as escolas públicas de Nova York já encomendaram mais de 2 mil unidades do tablet. Será que a iniciativa também daria certo aqui no Brasil?

ipad_300
Tablet possui aplicativos e jogos que ajudam no aprendizado dos estudantes


20/10/2007 - 01:17 | Edição nº 492 
Maior segmento do mercado editorial é o de livros didáticos
Autores de livros para escolas são os que mais vendem no país
Redação Época

Os maiores vendedores de livros do Brasil não estão na Academia Brasileira de Letras. Nem nas prateleiras das livrarias destinadas a best-sellers, sejam eles de auto-ajuda ou de ficção. Para encontrá-los, basta olhar dento das mochilas das crianças ou entrar em uma sala de aula e procurar os nomes nos livros sobre as carteiras. Quem mais vende livro no Brasil são os autores de didáticos.

Essa é a fatia mais significativa do mercado editorial brasileiro. A importância desse segmento se explica em parte por causa dos programas do governo federal, que distribuem livros para alunos de escolas da rede pública. Vender para esses programas é um grande negócio para as editoras, apesar de o governo pagar apenas 10% do preço de capa do livro. “A margem percentual de lucro obtida com os livros vendidos para o governo é bem menor do que a do mercado privado. Mas compensa porque a escala é maior”, afirma João Arinos, presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros). “A produção é sob encomenda e a distribuição é toda feita pelo governo. Nos livros vendidos no mercado privado, tem todo o custo de distribuição e de manutenção do estoque.” No último Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM), que comprou os livros a serem usados no próximo ano letivo, a editora que mais vendeu foi a Moderna. Faturou R$ 50,4 milhões, com 7,6 milhões de exemplares vendidos, segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pela execução do programa.

“O mercado de livros didáticos é tão bom que não é à toa que grandes editoras de hoje foram fundadas por ex-professores, que começaram escrevendo apostilas para cursinhos e viram que era um bom negócio”, afirma o economista Fábio Sá Earp, coordenador do Laboratório de Economia do Livro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A Editora Moderna, por exemplo, que hoje faz parte do grupo espanhol Santillana, foi fundada em 1968 pelo professor de desenho Carlos Marmo e pelos professores de química Ricardo Feltre e Setsuo Yoshinaga. A editora Ática, que hoje faz parte do Grupo Abril, foi fundada em 1962 para produzir as apostilas para o curso de educação para jovens e adultos Santa Inês, em São Paulo. A história das editoras foi estudada pela pesquisadora Célia Cristina de Figueiredo Cassiano em sua tese de doutorado, defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). “Por volta da década de 1970, quando essas editoras foram fundadas, o mercado de didáticos estava em expansão por causa da ampliação das vagas nas escolas públicas. Mais alunos precisavam de livros”, diz Célia.

Hoje, com os programas do governo federal, um autor pode vender um millhão de livros de uma vez só. A série de química para o Ensino Médio da Editora Moderna, dos autores Tito Peruzzo e Eduardo Canto, a mais escolhida pelos professores de química da rede pública segundo o FNDE, vendeu cerca de 3,2 milhões de exemplares para o governo. O autores do livro mais pedido de Português para o Ensino Médio, “Português Linguagens”, de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, da Editora Saraiva, venderam 1,6 milhão de exemplares.

Com tantos livros vendidos, os principais autores de didáticos estariam milionários? “Considerando que eles ganhem 10% do preço de capa em direitos autorais, os grandes autores de livros didáticos recebem no padrão Paulo Coelho”, diz Fábio Sá Earp, da UFRJ. Para infelicidade dos escritores do ramo, nem a Abrelivros nem a Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale) confirmam ganhos dignos de um Paulo Coelho, que já vendeu cerca de 100 milhões de livros no mundo todo. “Dificilmente, os autores de livros didáticos conseguem ganhar 10% em cima do preço de capa”, diz José de Nicola Neto, presidente da Abrale. Em geral, mesmo autores estrelados conseguem negociar com as editoras no máximo entre 6% e 8% do preço de capa.

Nicola Neto, ele mesmo um dos maiores escritores do segmento, garante que não ficou rico. Autor de cerca de 80 títulos de gramática e literatura, dos quais cerca de 40 permanecem no mercado, diz que um de seus poucos luxos é apreciar o horizonte para escrever. Mora no último andar de um prédio de 20 andares no Itaim, região nobre de São Paulo. “É isso o que os livros didáticos me deram: um apartamento de clásse média, de dois dormitórios, no Itaim. Minimalista. Não tem luxo”, diz. Assim como a maior parte dos autores, Nicola Neto começou na sala de aula. Foram 15 anos escrevendo apostilas para usar nas aulas que dava em cursinhos. Chegava a trabalhar das 7 horas às 23 horas. Conta que escrevia de madrugada, aos sábados, domingos e feriados até que resolveu, no fim dos anos 1990, se dedicar exclusivamente aos livros. Mas o autor não despreza o passado em frente ao quadro negro. Mostra uma pequena deformação no dedo indicador e garante: “Autor bom de livro didático se mede pelo tamanho do calo de tanto escrever com giz”.
Luiz Márcio Pereira Imenes é outro professor que resolveu apostar na profissionalização como autor. Ele se diz um dos poucos autores a viver de direitos autorais no Brasil. “No caso dos autores de livros didáticos, cabe a mesma comparação com a carreira de jogador de futebol, modelo e ator”, afirma Imenes. “Alguns ganham muito dinheiro. Outros ganham a ponto de terem um bom padrão de vida, como é o meu caso. E a maioria nunca terá seus livrosreeditados.”

Imenes ficou famoso após sua coleção de matemática para a 1ª a 4ª série conseguir a melhor avaliação do Ministério da Educação no programa do governo federal de 1998. No ano seguinte, ele e seu co-autor venderam 7 milhões de exemplares. E no programa de 1999, com livros de 5ª a 8 ª série, mais 5 milhões. Foram suas únicas grandes vendas, mas apenas com elas Imenes diz conseguiu pagar sua dívida com a editora, que havia adiantado direitos autorais por dez anos anos enquanto ele escrevia os livros. Além disso, ajudou os pais, pagando plano de saúde e a reforma da casa, e fez uma poupança para manter um bom padrão de vida. Inclusive, a manutenção da chácara de 6.000 metros quadrados, onde mora, às margens da represa Billings, na zona sul de São Paulo - comprada nos duros tempos de sala de aula. É em seu escritório, em uma casa anexa a sua que Imenes gasta pelo menos duas horas por dia respondendo por e-mail a dúvidas de professores, alunos e pais sobre seus livros. “O que toma menos tempo é criar novos livros. Há todo o trabalho de ir às escolas para conversar com estudantes e professores e para testar os jogos matemáticos usados nos livros.”

O geógrafo José William Vesentini decidiu conciliar o trabalho como professor do curso de Geografia da Universidade de São Paulo com a elaboração de livros didáticos. Autor de 17 títulos, entre didáticos e paradidáticos que já teriam vendido 10 milhões de exemplares segundo cálculos do autor, Vesentini diz que metade de sua renda vem do pagamento de direitos autorais e a outra metade das atividades como professor universitário e palestrante. “Eu conseguiria viver só de direitos autorais, mas dar aulas faz escrever livros melhores”, afirma. “Só assim é possível perceber como mudam as gerações e a melhor maneira de ensinar cada uma.” Atualmente, Vesentini diz que para para motivar os alunos aposta na sugestão de filmes, de jogos como Sim City, que simula a administração de uma cidade, e de programas como o “Google Earth”, que mostra o relevo do planeta em terceira dimensão. Mas ele reclama que há preconceito no meio acadêmico contra os autores de livros didáticos. “A justificativa é que não seria produção de novos conhecimentos. Mas é inveja. O pessoal imagina que um autor de livros didáticos ganha milhões e milhões, viaja muito, tem um carro e uma casa melhor”, diz Vesentini, que acredita que seu trabalho como autor o ajudou a poder morar em uma casa na Cantareira, com uma biblioteca de 1.000 livros.

Anos de trabalhos e milhões de livros vendidos depois, os autores ouvidos por ÉPOCA afirmam que a melhor recompensa é sentir que seu trabalho colaborou para melhorar o ensino nas escolas. Nicola Neto acredita que ajudou a mudar a maneira como a literatura é ensinada, acrescentando conteúdo histórico e artístico em suas obras. A maior satisfação para Imenes, e também a maior responsabilidade, é participar da formação das novas gerações. E Vesentini acredita que grande parte dos alunos que ensina hoje na USP escolheram o curso por terem estudado com seus livros na escola.

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Atenciosamente.
Claudio Estevam Próspero 
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Nossa Espécie (Homo Sapiens Sapiens Demens - Edgar Morin) Agradece!

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